segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

Anos novos, velharia revisitada

Vincent, de Tim Burton


É incompreensível esse estardalhaço todo no fim do ano, festas e tudo mais. Mas o que me deixa meio sem graça é essa repetição interminável. O natal é sempre o mesmo, os presentes, as velhas camaradagens mentirosas, a velha mania de abraçar por ser uma festa. Tudo isso cansa, e muito.
A Made in Marte vai entrar agora no seu primeiro ano de existência, embora dar idade a uma banda seja a coisa mais estranha que eu já vi, formamos um pequeno público que sempre compareceu às apresentações e talvez tenhamos até formado um "hit" na voz de Amanda. Trabalhamos muito pouco em busca de espaço,reconheço que de minha parte faltou muito, foi um ano difícil e com algumas surpresas, mas sobrevivemos ao teste de iniciação no "mini festival", nos classificamos e o que sobrou: a vontade de continuar.
Encontrei um velho amigo meu, desses que quando da adolescência você acha que nunca vai deixar, à anos (ou meses) não nos víamos trocamos algumas palavras e ficou algo de estranho no ar. Desde que nossos caminhos se desvencilharam, da forma sutil e miserável que o mundo faz, aconteceram coisas demais, a mim e a ele. Pode parecer piegas, mas é desesperador conhecer alquem que conhecia você, que já não é mais você, você se vê diante de um espelho passado mastigando a maldita poeira de derrotas antigas. Fica aquele olhar de idiotice presente, de alguma forma você se sente diferente, mais velho, mais alto, mas algo além disso. Um turbilhão de memórias e possibilidades explodiu. Sabe? Não quero me aprofundar nessa história, mas devo reconhecer que ela faz parte da Made in Marte, mesmo tendo os caminhos tomado sentidos infinitamente diferentes, a idéia inicial continuou. A afirmação vinda do dito amigo soou irônica e fria, parecia que dentro daquela pessoa nem existia aquela velha indignação adolescente ou a vontade de explodir neurônios com palavras desconexas, um dos fundadores da Made in Marte simplesmente disse: "Como vai a bandinha?"
Bem, eu deveria entender a realidade do enunciante, agora que ele se vê casado e com uma vida evangélica muito bem engatilhada. Como quem não quer nada eu contornei as suas ácidas palavras, sonhar ainda pode ser maior do que viver (?). Criar é a única salvação, inromper o seu mais profundo ser em qualquer forma de expressão ainda me parece um dos poucos mtivos para se viver, modismos e estilos à parte. Moral de história: nunca ande numa bicicleta com pneu furado.
Esses pequenos fatos tornam a vida o que ela é, estranha e magnificamente imprevisível. Na volta pra casa pensei, e pensei, e pensei, meti mão no bolso para pegar as chaves, esqueci tudo e fui colocar comida pro meu cachorro. Mas ficou a experiência, isso me fez ver o quanto eu preciso dessa banda, dessa musica (inclusive os covers bacaníssimos), dessa ilusão. Exorcizei todos os meus fantamas, não pergunte para onde, e comecei a dar o máximo de mim por tudo isso, mas principalmente por meus companheiros de banda e pela música, essa vadia.
Resultado: Entramos 2007 trabalhando 7 músicas novas, sem contar as engavetadas, mais uma porrada de projetos e eventos. Não temos a pretensão de montar um site ainda, somos muito novinhos nisso, ainda, pelo menos eu acho, mas nesse mundo de digitalização de tudo a "torto e a direito" a única coisa que talvez não seja descartável seja uma boa "LIVE", ou "JAM", ou sei lá o quê, me parece que tudo tem de ser tão rápido quanto a nossa conexão de ADSL.Por enquanto fiquemos nesse blog e no boca a boca. Como diria meu velho amigo J. Douglas Morrison:"We Like to go down slow", por que, afinal níguem faz sexo pensando em taxas de lucro ou relação custo benefício coligado ao tempo, por isso para uma boa tre**** comecemos devagar.
Bem, o natal continua sendo uma data ridícula, mas eu gosto de presentes como toda criança.

paz
luiz antonio

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