Pois bem, muitas coisas estão acontecendo sem que nada aconteça, pode parecer meio, completamente contraditório (ou até ser mesmo). No entanto, pode se dizer que é por enquanto (? Suspense... ?). Podem achar que estou falando da Made in Marte e, pode até ser que mudanças venham pra ela também, mas falo da realidade que enfrentamos em relação a cena rock n’ rondoniense, ou melhor, a uma consolidação dessa que vinha há algum tempo capenga (até o Festival Casarão), num processo no mínimo interessante. Dentre as movimentações, o Projeto Beradeiros fez (tentou fazer) e teve uma parcela de contribuição para uma consolidação dessa cena na cidade, realizando três edições do Festival Beradeiros, tendo os dois ultimos Mini Beradeiros e Esquenta Beradeiros e ainda realizando outros eventos e atividades em seus três anos de existência, mas que nunca conseguiu se firmar como representação. Para Pablo Capilé, produtor cuiabano do Festival Calango, um dos maiores festivais independentes brasileiro, dando o seu diagnostico a nossa embrionária cena, constata que o Beradeiros surge:
“...como antítese ao Madeira (festival com fins lucrativos apenas), objetivando uma democratização do acesso para as bandas locais em um evento de grande porte, tentando estabelecer uma estrutura vertical onde todos teriam direito a voz e voto. De tão vertical, a linha acabou grande demais, e se perdeu em meio a busca da identidade ideal. Acabou se transformando nos últimos anos em uma tribo com muitos caciques; para poucos índios, com lideranças que sofriam do bom e velho complexo de mártir, quase levaram o movimento para o completo ostracismo”
http://www.foradoeixo.org.br/pablocapile/
Em parte concordo, pois sei que a história do Projeto Beradeiros, tem sua origem em um movimento punk, a Tribo do Rock, que era contra o sistema vigente capitalista, contra toda forma de opressão e esses discursos legais quando se é jovem, e não ficavam apenas no discurso, faziam campanhas de voto nulo, eventos e tudo mais. Porém com o Beradeiros, sendo este um projeto com o intuito de uma consolidação de uma cena de rock que representasse várias bandas com diferentes estilos e segmentos ideológicos, não devia se ater a nenhum posicionamento desse tipo, ou seja, deve ser um movimento sem filiação ou posicionamento político, partidário, religioso ou qualquer posicionamento ideológico que não esteja de acordo com o coletivo, apesar dos inúmeros problemas que temos em nossa conturbada cidade. Esse tal posicionamento deve partir das bandas que tem toda a liberdade do o fazer. Capilé é otimista sobre o rumo que tomará o movimento:
“...novas pessoas assumiram as rédeas e tem se mostrado bastante interessadas em resignificar o conceito dos projetos desenvolvidos pelos Beradeiros. Se aproximaram esse ano da organização do festival Casarão, que de terceira força do estado passou a primeira calcado em passos pequenos, mas bem mais honestos com suas respectivas propostas. Conversei bastante com o novo presidente da associação Beradeiros (Marcos Fonseca) e com a nova equipe de coordenação do movimento, e senti que vêm muitas novidades boas por aí.”
http://www.foradoeixo.org.br/pablocapile/
Em reunião com parte da nova coordenação do Beradeiros, Capilé trás como exemplo e apresenta os membros do Coletivo Catraia do Acre, apresentando-os como modelo de movimentação e organização a ser seguido. O Catraia, segundo eles mesmos:
“...é um coletivo de pessoas de várias áreas do conhecimento que enxergam a cultura como um meio de agregar, estimular, potencializar e realizar mecanismos capazes de escoar, integrar e difundir produções artísticas, educativas e culturais para o benefício da sociedade onde está inserido.”
http://www.coletivocatraia.blogspot.com/
E tendo eles problemas, ainda bem latentes, como se pode perceber no Blog do Coletivo (a cima) parecidos com os que temos aqui, mas que souberam e estão sabendo sanar de forma competente, e que nós podemos e devemos copiar de acordo com nossa realidade, é claro.
Bom, esperamos que tudo venha a acontecer da melhor forma possível que só tenhamos coisas a ganhar. E que mudanças venham da melhor forma possivel.
Diogo Quirino
Um comentário:
eita!
Vou falar pro isaac..
hehehe
pode crer, mudança sempre pra melhor
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